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‘II Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa’

publicada em 22/09/2009

Muitas cores, diversidade de línguas, manifestações religiosas, orações e um grito em comum: ‘Liberdade Religiosa’. Este foi o clima da ‘II Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa’. Acompanhada por mais de 80 mil fiéis, segundo informações do 19º BPM (quatro vezes o número de pessoas do ano passado). Na avenida Atlântica e nas areias da praia, turistas, banhistas, fiéis e moradores fizeram uma grande manifestação de apoio ao evento. Muitos são parentes ou vítimas de ataques religiosos e buscam, no diálogo com outras pessoas que passaram pela mesma experiência, um consolo para a humilhação sofrida. Membros de entidades da Região dos Lagos também estiveram presentes, como Afrobúzios.

Kardecistas, umbandistas, muçulmanos, ciganos, católicos, krishnas, judeus, candomblecistas, evangélicos e povos de etnias como a anglo congonesa estiveram representadas na II Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa. Com cartazes, orações e danças, todos pedem, juntos, pelo direito à liberdade religiosa.

Para a integrante da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa e islâmica Latifa Ahmad Mohammad, o melhor caminho para acabar com a intolerância é a informação. Ela citou seu próprio exemplo: - O simples fato de eu e meu marido entrarmos no metrô com uma pasta preta ou algo parecido causa reação nas pessoas, que, muitas vezes, se afastam por acreditar que podemos ser terroristas. A informação é muito importante para acabar com o preconceito. Muitos olham os mulçumanos como terroristas, e não é assim. No Islã, o terrorista também é criminoso - contou Latifa.

A comunidade hare krishna também teve seus representantes na caminhada. Para a religiosa Raga Bhumi um evento como este é muito importante, já que o planeta vive uma situação em que a tolerância religiosa é primordial. - Nós não temos uma religião definida até porque Deus não tem religião. A nossa comunidade quer unir os africanos que estão espalhados pelo Brasil. O nosso intuito é unir essas pessoas para resgatar a nossa cultura, fazendo trabalhos em escolas, ensinado nossa história, dança, moda e culinária - afirmou o presidente da Comunidade Anglo-Congolesa no Brasil, Lubadikadio Berr.

Um grupo alegre, colorido e animadíssimo. Foi essa maneira que os ciganos escolheram para chamar a atenção para a ‘Liberdade Religiosa’. - Muitos ciganos preferem ficar no anonimato para não se prejudicar na vida profissional. A intolerância acontece de forma velada. Muitas vezes, quando as pessoas descobrem que um colega de trabalho é cigano, se afastam e até prejudicam a pessoa. Então, muitos ciganos preferem se esconder – declarou o presidente da União Cigana do Brasil, Mio Vacite.

Domingo foi um dia de festa para a comunidade judaica, já que era celebrado o Rosh Hashaná, o Ano Novo para eles. Patricia Tolmasquim, membro eleita do Conselho Deliberativo da Comunidade Judaica no Rio de Janeiro, falou que ‘o povo iraniano quando quer protestar sobre alguma coisa tem que ir às ruas calado’. - Nós temos o privilégio da liberdade de expressão e temos que saber utilizar. Copacabana, hoje, está emanando a divindade. Nós sempre vamos apoiar manifestações como essa de paz e união. Por isso, fiz questão de vir aqui mesmo sendo nosso Ano Novo - contou Patrícia.

O porta-voz da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa, Ivanir dos Santos, declarou que ‘todos devem voltar para suas casas e mantenham o diálogo em torno da tolerância religiosa’.

A presidente da Congregação Espírita Umbandista Brasileira, sacerdotisa Mãe Fátima, que também faz parte da comissão organizadora da caminhada, discursou sobre a importância do evento para a diminuição da violência contra religiosos; e que a partir deste encontro, muitas portas estarão abertas em direção ao diálogo pacífico entre as diversas religiões mundiais, preservando a diversidade religiosa e como direito do ser humano.

O presidente da Associação dos Padres e Bispos Negros do Brasil, Guanair da Silva Santos, representante da Igreja Católica na Caminhada, acredita que o diálogo é o melhor caminho para deter a violência contra religiosos.

Estiveram presentes na coletiva o reverendo Marcos Amaral, da Igreja Presbiteriana de Jacarepaguá, representando a comunidade Evangélica; o representante da Sociedade Beneficente de Desenvolvimento Islâmico, Salah Al-Din Ahmad, o Babalow nigeriano Bankole Jokotoye, entre outros importantes líderes religiosos.

O Ministério Público foi representado pelo Subprocurador geral de Direitos Humanos, Leonardo Chaves, e pelo coordenador de Direitos Humanos, Marcos Kac. Eles afirmaram que o órgão já está tomando todas as providências dentro da Legislação Brasileira para conter a intolerância religiosa. Marcos declarou que a primeira prisão por intolerância foi efetuada no Rio de Janeiro, há dois meses. O evangélico Afonso Henrique Alves Lobato e o pastor Tupirani da Hora Lores, ambos da Igreja Geração Jesus Cristo, da Zona Portuária do Rio, foram presos e vão responder pelos crimes de intolerância religiosa, injúria qualificada e incitação ao crime.

na foto: Representantes de entidades religiosas e culturais da Região dos Lagos participaram da caminhada. Na foto, da esquerda para a direita, Margareth Ferreira (SUPPIR-Cabo Frio) e colunista do JPH, Cleide Araújo, a ex-deputada Jurema Batista e Guilherme Barcellos, da Afrobúzios e colunista do JPH

Fonte Jornal Primeira Hora

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